O projeto comemora também os 510 anos do Velho Chico, esse caudaloso rio habitado por indígenas e anteriormente conhecido como opará, algo como “rio-mar”. Ele foi descoberto por Américo Vespúcio no dia 4 de outubro de 1501, dia de São Francisco. Desde então, fez parte de importantes momentos históricos do país.
Parte desse novo sentido é criado ali mesmo, já que a equipe do projeto é responsável pela produção e veiculação de um documentário local sobre a cidade e seus habitantes. “Nos outros anos a população era mostrada nos filmes. Dessa vez, ela também vai fazer parte da produção desse curta-metragem”, adianta o diretor da CineAr Produções e responsável pela execução do projeto, Inácio Neves.
Depois dos documentários, é hora dos filmes, todos nacionais. Este ano, o projeto conta com oito curtas e seis longas-metragens, entre eles os recentes O Palhaço
As comunidades também ganham conhecimento com a oficina de fotografia Imagem em movimento, direcionada a crianças de 12 a 16 anos. Os oficineiros vão conversar sobre o assunto, ensinar as regras básicas e deixar eles saírem pela cidade fotografando tudo que for interessante. “É o olhar deles sobre o espaço em que vivem”, explica Inácio. Cada participante também será fotografado. O material será então editado e exibido na telona antes dos filmes.
Todo esse sucesso é fruto do entendimento do cinema como uma forma de manifestação cultural. “E nesse projeto ainda é mais do que isso, pois é também uma forma de conhecer as outras manifestações culturais regionais. A proposta não é só proporcionar que eles tenham contato com o cinema, mas que eles tenham contato com suas próprias manifestações”, afirma Inácio.
Ele conta que o grupo de Batuque da cidade de Ponto Chique renasceu após a passagem do Cinema no Rio, na edição de 2006. “Eles diziam que a cidade não gostava deles. Insistimos e eles acabaram se apresentando. Foi um sucesso. Pela primeira vez vimos as pessoas da comunidade participando”, lembra Inácio. O grupo criou asas e chegou a fazer apresentações até em Brasília.
Desde que foi criado, o projeto passou por diversas cidades de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, os cinco estados que recebem as águas do Velho Chico. Com as sessões gratuitas dos filmes o Cinema no Rio já levou cultura para mais de 200 mil pessoas.
Site Terra
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