Confiram nosso primeiro curta-metragem. Produção que representa o expressionismo alemão, tema que já estamos trabalhando há algum tempo.
Roteiro e Direção: Ana Evelyn de Almeida
Direção de Arte: Etiene Mandello
Produção: Ana Evelyn de Almeida, Aline Przybysewski, Etiene Mandello, Lucas Molinari e Rosane Cadena
Cinegrafia: Lucas Molinari
Edição: Ana Evelyn de Almeida e Etiene Mandello
Personagem: Rodney Veiga e Etiene Mandello
Música: Rafael Durante
Orientação: Celina Alvetti
A equipe Imaginário Produções está produzindo a curta metragem (bem curta) chamada BURACO NA LUZ, para a matéria de Produção Jornalística em Cinema I da PUC PR (2012), e para este trabalho está utilizando como referência e inspiração o Movimento Expressionista Alemão. Abaixo algumas outras curtas que se basearam no mesmo movimento, para vocês ficarem na expectativa do que vai ser o BURACO NA LUZ...Em breve...aqui no blog, aguardem.
Objekte von Hause (1926)
Curta metragem alemão
baseada numa história de Barbara Shetland, que mistura suspense e terror, com
uma trilha sonora clássica de Mozart, o filme é um amador de época, sem
produtora nem distribuidora, contendo somente um ator, que não mostra por
inteiro e efeitos especiais de época, que misturam stop-motion com realidade.
O criador do filme é
Hans Dirk, que produziu também outros curtas da época como Die magische de 1926, também amador, ele não queria fazer
filmes oficiais, pois daria muito mais trabalho.
Noturno (2007)
Todos os monstros do sono conspiram contra a noite de um insone crônico, num clima melancólico e poético de filme mudo. Curta metragem exibido na TV Câmara no programa aCurtas na TV.
Psicótico (2009)
Videomovimento Expressionismo Alemão
Matéria: Cinema Publicitário
Curso: Publicidade e Propaganda
Professor: Almir de Moura Júnior
PUC-PR
Curitiba
Equipe: Pedro Frigerio, Tuan Lemos, Gregory Polo, Anna Hey e
Vinicius Souza.
Agradecimento: Professor Alessandro
A última sopa (2010)
Curta expressionista criado para a matéria de Fundamentos da
Linguagem Audiovisual, Curso de Publicidade e Propaganda, Nível II da UPF.
Insano (2011)
Um curta curtíssimo realizado, produzido filmado por alunos
da Escola de Comunicação da UFRJ.
Curta inspirado no movimento expressionista alemão.
Músicas:
Todos os direitos reservados aos artistas/All rights
reserved for the artists:
Cineastas alemães buscaram através da arte, expressar um sentimento contra cultural na época do surgimento movimento expressionista. Com o objetivo de quebrar o racionalismo moderno que influenciavam o modelo mecânico, Fritz Lang, Federico Fellini e Oskar Fisching foram alguns dos autores que elaboraram filmes que faziam uma crítica ao contexto social em que viviam. Mesmo com regimes que não permitiam a liberdade de imprensa, o cinema foi a forma que escolheram para levar informação contraria ao sistema.
Com espírito
aventureiro, Fritz Lang nasceu em 1890 e viajou por várias partes do mundo, o
que o fez adquirir o gosto por ambientes exóticos. Presente na Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), onde perdeu um olho, Fritz começou a escrever roteiros com
tramas tão intensas, que foi convidado a realizar filmes. Para a glória da
história da arte, Lang estreou como diretor em 1919 e, durante o período Nazista,
escreveu roteiros que faziam aquilo que o jornalismo não tinha permissão para
fazer: criticar o regime nazista.
Autor de um dos
filmes mais impressionantes e perturbadores do Expressionismo Alemão, em 1927
Fritz dirigiu “Metrópolis”. O longa possui uma história visionária, contando
que, em 2026, a população está dividida entra a elite dominante e a classe
operária, a qual vive num mundo subterrâneo, escravizados por máquinas que
fazem a cidade funcionar a todo vapor. Com certa inocência, Adolf Hitler, líder
do movimento nazista, gostou do filme a ponto de convidar Fritz Lang para
dirigir seus filmes sobre o socialismo alemão. Porém, mal sabia ele que, na
verdade, “Metrópolis” é uma crítica sobre a sociedade e a política da Alemanha
da época.
Ainda seguindo a
linha de crítica indireta ao regime nazista, em 1933 Lang dirigiu “O Testamento
do Dr. Mabuse”. O filme conta a história de Lohmann, comissário que recebe uma
chamada telefônica de Hoffmeister, um antigo membro do departamento de polícia,
o qual deseja denunciar uma falsificação que descobriu. Porém, antes de
conseguir revelar o que sabe, Hoffmeister sofre um atentado e enlouquece, perdendo
as condições de fazer com que a sua palavra tenha algum valor. Como aconteceu em
“Metrópolis”, os nazistas acreditaram que “O Testamento do Dr. Mabuse” fazia
uma espécie de defesa ao regime, mas outra vez se tratava de uma espécie
de crítica a ele.
Tratando-se também de personagens
ligados ao jornalismo, podemos citar uma obra lançada em 1960 e dirigida por
Federico Fellini, um dos mais incríveis diretores do cinema italiano. “A Doce
Vida” é um dos mais expressivos retratos
cinematográficos da Itália do pós-guerra e conta a história de um
jornalista de origem humilde que se destaca quando começa a cobrir notícias do
falso frívolo mundo da alta sociedade romana do pós-guerra.
Além de retratar sua paixão pelas
ruelas italianas, Fellini realizou uma crônica
social da época, retratando o tempo da velocidade, da influência
norte-americana nos costumes sociais, das festas, dos carros e das mulheres
formidáveis.
O filme de Federico propõe
reflexões quanto a função social do jornalismo e ao império midiático das
celebridades. Com um fim pessimista, a intenção do diretor era retratar bem o ambiente
marcado pela superficialidade e por pessoas que se deixam levar pela
espetacularização da vida.
Com uma vertente
diferente, que possui apenas influências expressionistas, é possível encontrar
Oskar Fisching, cineasta e pintor que nasceu na Alemanha em 1900. No verão de 1927, Fisching deixou
Munique, levando uma câmera e filmes rumo a Berlin. Durante três semanas e
meia, em uma aventura que resolveu viver, o cineasta passou por estradas
secundárias, registrando imagens e pessoas dos locais por onde passou. Essas imagens
deram origem a um documentário chamado a “Caminhada de Munique a Berlin” em um
único quadro de exposições. Em três minutos o cineasta propôs mostrar o modo
acelerado da vida moderna, o modo de exibição antecipou o modelo de velocidade
break-neck.
Em 2003, o cineasta irlandês Donal
O’Ceilleachair, decidiu fazer uma adaptação contemporânea da produção de
Fisching. Durante seu caminho em trens da Europa com uma câmara Super 8, Donal obteve
3.240 imagens de quadros individuais em 14 dias. A experiência em homenagem ao
documentário “Caminhada de Munique a Berlin” formou o registro de cerca de 4
minutos com o nome “Com o vento e nuvem branca”.
As duas produções possuem uma
característica expressionista: filmaram um registro urbano e, com a velocidade
das imagens, expressaram o movimento da vida contemporânea.
Apesar de o jornalismo em sim, não ter
a objetividade de emocionar, os documentários em questão possuem um conteúdo
jornalístico de forma expressionista. As obras fazem um retrato da vida real,
mostrando a rapidez de do nosso cotidiano e da veracidade como as coisas
acontecem, transportando isto para o cinema. Acesse o link para conferir a obra: http://vimeo.com/21743914
Um caixa de banco que desvia dinheiro e parte numa
desesperada busca de sentido numa cidade de pesadelo – casas de apostas, bares
e corridas de bicicleta com seis dias de duração; no final ele se mata numa
sala do Exército da Salvação. Da Manhã à Noite (Von Morgens bis Mitternachts,
direção Kalheinz Martin ou Karl Heinz Martin, 1920) foi realizado no mesmo ano
de O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, direção Robert
Wiene, 1920), mas não chegou a ser lançado para o grande público – teve algumas
projeções particulares e uma pública em Tóquio, de onde a única cópia conhecida
ressurgiu das cinzas. Dietrich Neumann distingue Da Manhã à Meia Noite de
outros filmes expressionistas como Genuine (direção Robert Wiene, 1920),
realizado apenas como uma tentativa mercadológica de imitar Caligari. Trata-se
de uma adaptação da peça teatral homônima de Georg Kaiser e vai muito além do
simples caligarismo. Enquanto Caligari utilizou uma narrativa-moldura com um
ponto de vista realista para justificar a atmosfera de sonho, Meia Noite já
está num mundo de fantasia desde o começo (1).
Um caixa de
banco e a estrada
expressionista para
o calvário
Na época, o crítico de arquitetura Heinrich de Fries
descreveu o cenário de Meia Noite como um espaço abstrato, sem utilização das
leis da perspectiva ou efeitos de luz e sombra (elemento considerado típico do
Expressionismo no cinema), apenas a impressão de superfícies de fundo. O espaço
enquanto uma entidade passiva, sem vida própria e inativa. Neumann explica que
o cenógrafo Robert Neppach (que também era um homem de teatro) e o câmera Carl
Hoffmann intensificaram o aspecto pictórico da arquitetura. Cenários uma
mistura e cenários pintados e construídos que se combinam com os personagens.
Rudolf Kurtz, em Expressionismus und Film (1926), descreveu as figuras dos
personagens como fragmentos que abandonaram sua forma orgânica e se tornaram
elementos do cenário, sendo dilacerados por feixes de luz que foram pintados
neles. As diferenças entre os motivos dramáticos de O Gabinete do Doutor
Caligari e Da Manhã à Meia Noite deixam claro que o cinema expressionista não
obedecia a um conceito estilístico consistente, em cada realização tendendo a
apresentar hipóteses individuais. Na contracorrente, Lotte Eisner coloca Meia
Noite na mesma categoria de Genuine, como uma tentativa artificial e repleta de
clichês do caligarismo (2).
Prevendo o Futuro?
Se os personagens
loucos do expressionismo
pressupunham o Nazismo,
o
que pressupõe o cinema
enlatado atual?
Em 1921, o poeta e autor expressionista Ivan Goll
(1891-1950) descreverá Da Manhã à Meia Noite como o primeiro filme
“expressionista cubista”. Paisagens e objetos desproporcionalmente ampliados ou
encolhidos, o mundo visto a partir de um caixa de banco alucinado e homens
gritando como loucos. Na opinião de Goll, apenas o cinema seria capaz de
transpor a alma do protagonista para os objetos, as formas e a atmosfera da
cena. Apenas o cinema conseguiria fazer vibrar num ritmo descontínuo os homens
e as coisas, reduzir o mundo ao de um pobre diabo que busca do lado de fora
aquilo que não existe dentro dele.
Em 1923, Goll voltaria ao assunto para dizer que só existiam
na Alemanha três filmes expressionistas: Caligari, Da Manhã à Meia Noite e A
Casa Lunar (ou A Casa Voltada para a Lua, Das Haus zum Mond, 1921?) – este
último não tem uma cópia conhecida. Em seu livro Rudolf Kurtz insistiu que o
Expressionismo fazia eco aos tempos modernos, onde um culto a figura do líder
(Führerpersönlichkeit) que exprime a dependência por parte das massas seria um
“complemento” da mecanização da vida – Kurtz cita três personalidades da época
(líderes?), Henry Ford, Lênin e Mussolini (3).
Kracauer incluiu
Da Manhã à Meia
Noite na temática
dos filmes de rua
Segundo Bernard Eisenschitz, Kurtz transforma o gesto de
revolta na origem do Expressionismo (claro tanto na peça de Georg Kaiser quanto
no filme de Karlheinz Martin) numa apologia desse culto ao líder, lembrando
estranhamente os excessos do Futurismo italiano. A sugestão de Kurtz encontrou
um campo fértil na hipótese de Siegfried Kracauer. Em 1947, ele escreveu um
livro para mostrar que o cinema alemão da década de 20 do século passado
prefigurava Hitler. Kracauer encaixou Da Manhã à Meia Noite dentre os filmes
que giravam em torno da temática da rua. Nesses filmes invariavelmente, afirmou
Kracauer, o personagem principal abandona as convenções sociais para agarrar a
vida, mas elas se provam mais fortes que ele e o forçam à submissão ou ao
suicídio. Kracauer concluiu que tais filmes constatam que os poderosos
dispositivos coletivos sentiam a urgência da retomada do comportamento
autoritário. Da Manhã à Meia Noite seria o primeiro desses filmes (4).
Teatro Filmado Expressionista?
“O mundo está
aí, seria absurdo
reproduzi-lo”
Kasimir Edschmid
(1890-1966) (5)
Os princípios do expressionismo pictural foram estabelecidos
antes da Primeira Guerra Mundial por figuras como Ernst Ludwig Kirchner,
Vassili Kandinsky e Franz Marc com seus movimentos A Ponte (Die Brücke) e O
Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter). Propunham a recusa de toda imitação do real,
a rejeição do naturalismo e do impressionismo, assim como apontavam para uma
exacerbação da subjetividade, a liberdade de reinventar a forma a cada momento e
o excesso como modo de operação. Mas o Expressionismo é mais uma visão de mundo
do que um movimento com programa definido. A literatura e o teatro alemães,
pelo menos aqueles que renegavam o dogma realista e evocavam obsessivamente a
decrepitude e a morte, uma visão mórbida da cidade como cenário por excelência
da decomposição social. Ainda que se aproximasse tardiamente desse processo, o
cinema alemão, por sua vez, se apropriaria dele de tal forma que tornaria quase
impossível o reconhecimento de sua origem na pintura. Contudo, apenas três ou
quatro filmes alemães poderiam reivindicar expressamente essa estética. Na
opinião de Jean-Pierre Berthomé, o único que surgiu de um pensamento
autenticamente expressionista seria Da Manhã a Meia Noite. Na verdade, Kalheinz
Martin se contentou em filmar a peça de Georg Kaiser, apresentada alguns anos
antes. Os cenários (assim como o figurino e a maquiagem) anti-realistas
apresentam traços toscos e desajeitados (6).
A partir de certo
momento, o próprio
teatro expressionista
começaria a se deixar
inspirar pelo cinema
expressionista
Como explica Gerald Köhler, a montagem da peça de Kaiser em
1912 era bastante próxima de uma adaptação cinematográfica, inclusive o texto
correspondia à lógica da montagem. A técnica expressionista de iluminar
parcialmente o palco era parecida com os ajustes de câmera ao deixar visível
apenas uma parte do espaço da atuação. A posição final na primeira parte da
peça, que servia como o local de um grande monólogo, foi considerada
particularmente expressionista e visionária, ao estilo de Franz Marc. Quando a
versão para cinema foi realizada por Karlheinz Martin (que também era um
conhecido homem de teatro, que teria sido levado para o cinema por influência
de Neppach) (7), foi o ator expressionista Ernst Deutsch que atuou como
protagonista – houve inclusive certa influência do cinema expressionista,
inspirando cenários para peças de teatro no início da década de 20 (8). Uma das
teses para explicar o sumiço de Da Manhã à Meia Noite foi o debate na época
sobre a necessidade ou não de manifestações expressionistas que permitissem que
ele fosse mais facilmente aceito na sociedade – a velha questão de “facilitar”
o entendimento. Sendo assim, os donos da indústria cinematográfica alemã se
desinteressaram pelo filme logo que foi lançado, devido ao seu radicalismo
talvez pouco palatável (9).
Com O gabinete do Dr. Caligari (1919), de Robert Wiene, Nosferatu, uma sinfonia de horrores (1922), de Friedrich Wilhelm Murnau, uma nova forma de cinema surge, com temas sombrios de suspense policial e mistério em um ambiente urbano, personagens bizarros e assustadores, uma distorção da imagem devido a uma excessiva dramaticidade tanto na atuação quanto na maquiagem e cenografia fantástica de recriação do imaginário humano. A influência dos expressionistas do cinema se fez sentir em Hollywood, tanto na temática quanto na linguagem, inclusive porque muitos dos diretores alemães de então migraram para Hollywood e lá realizaram filmes. A influência expressionista ainda está presente e com certeza permanecerá em diversos filmes, aqueles que são carregados de drama, suspense, os filmes de terror, apreciado por muitos. E a equipe do Imaginário separou algumas produções para vocês conferirem:
Timothy William Burton ou apenas Tim Burton, é um cineasta americano, que trabalha usualmente com temáticas sombrias. Amante dos grandes nomes dos filmes de terror, já realizou projetos sobre Ed Wood e chamou para estrelar seus trabalhos os notórios atores de filmes de terror Vincent Price e Christopher Lee, que ficou conhecido mundialmente interpretando o Conde Drácula. Alguns de seus trabalhos que possuem marcas expressionistas são:
Edward Mãos de Tesoura é um filme de 1990, drama enternecedor, romântico e profundo. Apresenta o caricato personagem Edward, que possui fortes características expressionistas, pela dramaticidade da personagem, e sua marca sombria. Edward que é a 'criação' de um velho inventor maluco, que vem a falecer antes de ter chance de terminar seu último trabalho, um homem de carne e osso, deixando-o sem nenhuma das mãos e completamente sozinho, na mansão sombria onde somente os dois moravam. No lugar das mãos existiam tesouras com as quais esculpia e cuidava do jardim da mansão.
Sombras da Noite(2012) - 1850 Charles Boone e seu fiel amigo Calvin McCaan mudam-se para uma misteriosa mansão. O problema é que a mansão parece viva, soando misteriosos ruídos e apresentando arrepiantes manifestações. Nesta mansão, Charles acaba por encontrar um mapa que o levará a cidadezinha abandonada de Jerusalem's Lot. Porém uma expedição até lá poderá não ter um final tão feliz.
Frankenweenie (EUA, 2012) um remake do curta metragem homônimo de 1984. O longa-metragem será feito em stop motion e totalmente em 3D. O jovem Victor faz experimentos para trazer de volta à vida seu amado cãozinho, Sparky. O que ele não imagina é que isso terá graves consequências.
Cisne Negro é um filme de suspense e dramapsicológicoestadunidense dirigido por Darren Aronofsky. O Lago dos
Cisnes requer uma bailarina capaz de interpretar tanto o Cisne Branco com inocência e graça, quanto o Cisne Negro, que representa malícia e
sensualidade. Lily se encaixa perfeitamente no papel do Cisne Negro, porém Nina
é a própria personificação do Cisne Branco. As duas desenvolvem uma amizade
conflituosa, repleta de rivalidade, e Nina começa a entrar em contato com seu
lado mais sombrio, prejudicando seu equlíbrio psicológico.
Em sua busca pelo seu lado obsceno, Nina acaba causando um conflito dentro de
sua conturbada mente, e nessa obsessão em criar um cisne negro, ela pode acabar
destruindo sua sanidade.
Anjos
da Noite - A evolução de Len Wiseman. Com a divulgação
de segredos e a determinação de um vampiro guerreiro traído, a batalha de
séculos entre vampiros e lobisomens alcançou um grau de violência ainda maior.
A vampira Selene está agora à procura de Marcus o rei dos vampiros, na intenção
de negociar por sua vida. O híbrido Michael deseja ajudar Selene em sua
tentativa, mas ela não é capaz de confiar no lobisomem feroz e descontrolado
que está dentro de seu corpo e, com isso, recusa a ajuda. Entretanto Selene é
atacada por Marcus ao encontrá-lo. A intenção de Marcus é aniquilá-la, mas ela
consegue escapar e descobre que foi traída por sua família. Decidida a se
vingar, Selene pede ajuda a Adrian Tani para entender a teia de mentiras que
Marcus e Viktor teceu para que conquistassem a supremacia. Tanis revela a
Selena a verdadeira identidade do primeiro imortal: Alexander Corvinus , pai de
Marcus e também de seu irmão gêmeo, William. Contando agora com a ajuda de
Michael, Selene confronta Marcus, que deseja libertar seu irmão.
Os filmes de terror carregam uma forte herança expressionista,
pelo suspense, a cenas sombrias e principalmente o medo que causam nas pessoas.
Para os amantes do horror muitas são as opções, filmes de vampiros, monstros,
psicóticos, e tantos outros, todos com o intuito de despertar fortes emoções em
seus espectadores. A série “ Jogos Mortais” é um exemplo marcante, separamos seu último filme.
Branca
de Neve e o Caçador - Dirigido por Rupert Sanders, o
filme é uma versão diferente da clássica história da Branca de Neve, dos irmãos
Grimm, fugindo da trama clássica, traz pitadas de suspense, momentos sombrios, representados pela Rainha má. Aqui, o caçador não está apaixonado pela
heroína, mas sim é um homem honrado que passará a defendê-la da malvada rainha.
O caçador Eric foi contratado pela Rainha Má para encontrar a Branca de Neve,
que escapou de seu castelo. Contudo, quando ele descobre que o objetivo de sua
patroa não é só recapturar, mas também assassinar a jovem, ele passa a ajudá-la
em sua fuga, dando início a uma perigosa aventura.
Marcos do cinema noir: O Segredo das Joias, de Billy Wilder (abaixo) e O Falcão Maltês, de John Huston (acima)
O crítico L. G. de Miranda Leão revista as origens e os momentos de glória dos thrillers e da estética dos filmes noir Cinéfilos e leitores amigos têm-nos indagado sobre o chamado "film Noir", até mesmo com certa implicância com o adjetivo francês no anúncio de uma revista estrangeira: "Film en noir et blanc" (em livre tradução, "filme em preto e branco", oposto ao filme em cores). Fora do cinema, o termo "noir" se refere ao aspecto de uma superfície incapaz de refletir uma luz, daí "noir comme le charbon". Quanto ao "thriller" (de "thrill"/ "emoção", "frêmito"), como nos lembra Don Allen em seu "Film and Filmmakers", é a emoção viva ou sensação alusiva ao moderno romance policial ou filme de ficção "noir" com crescente tenção emocional.
Huston e Wilder Coube a dois dos melhores diretores e roteiristas da velha Hollywood dos anos 1940 e 1950, John Huston (1906 - 1987) e Billy Wilder (1906 - 2002), impulsionar a extraordinária preferência pelo gênero policial "noir". Já o "Falcão Maltês" (The Maltese Falcon, de 1941 - ou "A Relíquia Macabra", na tradução portuguesa) virtualmente criou o "thriller" tal como agora conhecemos seu alcance. E logo chegou às telas "O Segredo das Joias" (The Asphalt Jungle, 1950), no qual Huston introduziu não só um senso perverso de humor e também uma aragem distante de perversão, envolvendo um roteiro tortuoso e uma escuridão dificilmente penetrável por qualquer raio de luz. Assim, Huston termina seu filme numa nota de desespero desiludido e deixa com o espectador atento a impressão de medo penetrante. Em verdade, há muita coisa a ver e louvar neste "O Segredo das Joias", uma das melhores produções daquele ano.
De modo análogo, Wilder revirou pedras para examinar via imagens o lado mais escuro, sujo e indigno da psique humana. "Pacto de Sangue" (Double Indemnity, 1943), por exemplo, também suscitou um crime brutal nas pacatas vidas suburbanas, enquanto em "Farrapo Humano" (The Lost Weekend, 1945) Wilder expôs às ruas da cidade o inferno privado de um dipsomaníaco, magistralmente interpretado por Ray Milland, ganhador do Oscar pelo seu desempenho. O filme, visto pela crítica como "a landmark of adult filmmaking" ("um marco do cinema adulto"), como registrou Leonard Martin em seu "Movie Guide", fez jus ao Oscar de Melhor Realização.
O "film noir", como registram os críticos, rapidamente se tornou quase sinônimo da Hollywood dos anos 40. Uma reação ao sentido predominante de inquietação permitiu uma irresistível oportunidade para explorar tudo. O que Robert Warshow descreveu como "a perigosa cidade triste da imaginação". Um verdadeiro labirinto se abriu de vez, romântico e ameaçador; o crime e a violência se ocultavam nas alamedas escuras, mal iluminadas por instáveis letreiros luminosos de néon, onde as lâmpadas das ruas pareciam lutar uma batalha perdida com as sombras que se avolumavam ameaçadoras.
Chegam os Expatriados Distinguidos cineastas expatriados da velha Europa, muito deles fugitivos de países em guerra, pisam o solo americano e trazem consigo sua realizações e discretos matizes do expressionismo alemão. Dentre eles, está o austríaco e antinazista Fritz Lang (1980 - 1976), diretor de "Fúria" (Fury, 1936), "Vive-se uma Só Vez" (You Live Only Once, 1937), "Os Carrascos também morrem (Hangmen Also Die, 1942), "Quando Descerem as Trevas" (Ministry of Fear, 1943), "Um Retrato de Mulher" (The Woman in the Window, 1944), "Almas Perversas" (Scarlet Street, 1945) e "O Segredo da Porta Fechada" (Secret Behind the Door, 1947). Robert Siodmak também desembarcou em solo americano e lá demonstrou talento invulgar em termos de cinema. Outros cineastas se entrosaram em Hollywood, como Jules Dassin, realizador de "Brutalidade" (Brute Force, 1947), "Cidade Nua" (Naked City, 1948) e "Mercado de Ladrões" (Thieves Highway, 1949), bem assim Edward Dmytryk, com "Até a Vista, Querida" (Murder my Sweet, 1943), "Atrás do Sol Nascente" (Behind the Rising Sun, 1943), todos eles contribuindo para a categoria dos "thrillers" que pareciam brotar de todos os lados.
Vê-se, assim, como o "film noir" foi, num sentido muito real, o último triunfo da máquina hollyoodiana. Nem Dassin nem Dmytryk conseguiram fazer a metade do seu melhor quando foram deixados com seu próprios artifícios, liberados das muletas de Hollywood pela caça as bruxas do mccarthismo e exilados para trabalhar no estrangeiro, com relativa liberdade. Enquanto isso, os estúdios -americanos estavam começando a perder seu ímpeto: as bilheterias começaram a cair depois dos "boom years" da guerra. A histeria espalhou-se quando o Comitê de Atividades Anti-Americanas cresceu sua cabeça em 1947 e a "ameaça" da TV crescia a olhos vistos.
O escapismo, como sempre, foi a principal palavra de Hollywood, agora justificada por um mundo cansado de guerra e de conflitos de toda ordem e até mesmo pronto para esquecer as tristes realidades daqueles anos prodigiosos como cinema em favor do filme musical, enquanto a cor acrescentou às imagens o ingrediente mágico: brilhante e vistosa na Fox, rica e muda na MGM... Quanto aos filmes citados ao longo destas linhas, vale lembrar que trouxeram do expressionismo alemão os mundos fechados e atormentados, criados por eles mesmos, onde o homem continua sendo o lobo do homem ...
Estes dados e observações dos quais nos valemos para informar aos cinéfilos não apenas o significado do "film noir" e do valor do "thriller", mas também tudo quanto aqueles anos significaram para a grandeza da arte cinematográfica, mesmo quando essa parte tenha retratado e revivido uma época desalentadora.
Crítico de cinema, autor de "Analisando Cinema" e "Ensaios de Cinema"
O cinema é a arte mais lembrada do expressionismo alemão, e
para apresentar os filmes deste movimento, a equipe Imaginário Produções escolheu um trecho do escritor Kasimir
Edschmid, pseudônimo de Eduard Schmid, intitulado Expressionismo na Poesia:
"Assim o universo total do artista expressionista
torna-se visão. Ele não vê, mas percebe. Ele não descreve, acumula vivências.
Ele não reproduz, ele estrutura. Ele não colhe, ele procura. Agora não existe
mais a cadeia de fatos: fábricas, casas, doenças, prostitutas, gritaria e fome.
Agora existe a visão disso. Os fatos tem significado somente até o ponto em que
a mão do artista o atravessa para agarrar o que se encontra além deles. Esse
tipo de expressão não é alemão nem francês. Ele é supre nacional. Ele não é
somente assunto da arte. É exigência do espírito. Não é um programa de estilo.
É uma exigência da alma. Uma coisa da humanidade." (Edschmid, Kasimir. Expressionismo na Poesia, Assis Brasil.
Vocabulário Técnico de Literatura. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s.d.)
O auge do
expressionismo alemão aconteceu na década de 1920, e caracterizou-se pela
distorção de cenários e personagens, através da maquiagem, dos recursos de
fotografia e de outros mecanismos, com o objetivo de expressar a maneira como
os realizadores viam o mundo. Assim surgiu nova forma de cinema, com temas
sombrios, suspense policial e mistério em um ambiente urbano, personagens
bizarros e assustadores, uma distorção da imagem devido a uma excessiva
dramaticidade tanto na atuação quanto na maquiagem e cenografia fantástica de
recriação do imaginário humano.
Filmes:
O Gabinete do Dr. Caligari - 1919
A gênese do
estilo expressionista no cinema. Clássico
do horror e um dos melhores já feitos de todos os tempos. Num pequeno vilarejo
da fronteira holandesa, um misterioso hipnotizador, Dr.Caligari, chega
acompanhado do sonâmbulo Cesare, que, supostamente estaria adormecido por 23
anos. À noite, Cesare perambula pela cidade, concretizando as previsões
funestas do seu mestre. (Direção: Robert
Wiene)
O Golem - 1920
O Golem,
mito de uma lenda judaica, é um ser de barro que ganha vida quando um mago usa
a mágica de um antigo livro da Cabala. À
princípio, a criatura apenas obedece seu
mestre, mas, à medida em que o tempo passa, ele passa a ter consciência da
própria existência, e decide tomar os rumos de suas ações. O monstro de barro,
interpretado pelo próprio diretor Paul Wegener, foi criado para proteger os
judeus dos ataques antissemitas. Paul Wegener já tinha
levado duas vezes o mito do Golem para o cinema. Esta terceira versão é sem
dúvida a mais bela, brilhantemente iluminada e fotografada pelo célebre
fotógrafo do expressionismo alemão Karl Freund. Este filme influenciou vários
filmes de Hollywood, especialmente Frankestein.(Direção: Paul Wegener )
A Morte Cansada - 1921
Num vilarejo
europeu do século XIX, a Morte leva um jovem justo quando este estava prestes a
se casar. Sua noiva, aos prantos, suplica que devolva a vida do seu amor. A
Morte decide dar uma chance à jovem desesperada, prometendo devolver a vida do
noivo se ela conseguir evitar a morte de uma das três vidas prestes a perecer. (Direção: Fritz Lang)
Nosferatu - 1922
Baseado na
obra Drácula, de Bram Stoker, o filme
conta a história de um corretor da cidade de Bremen que deixa a sua noiva para
ir à costa do Mar Báltico, fazer a venda de um castelo cujo proprietário é o
Conde Orlock, que durante o dia dorme em um caixão e à noite desperta para se
alimentar de sangue humano. Destaque para o universo gótico e silencioso, cujo
preto-e-branco revela um jogo de sombras impressionante, criando uma
ambientação de desespero e claustrofobia. (Direção:
F. W. Murnau)
Dr. Mabuse - 1922
O bandido
manipulador Dr. Mabuse é um poderoso anarquista, que usa a influência de sua
sugestão para roubar milionários e dominar a Bolsa de Valores. O procurador
Wrenck sai à sua captura, mas sempre o Dr. Mabuse escapa usando suas
habilidades em disfarces e de seus poderes de hipnose. (Direção: Fritz Lang)
A Última Gargalhada - 1924
Um porteiro
extremamente orgulhoso de sua posição profissional sofre um baque em sua autoestima
quando o novo gerente do hotel o rebaixa ao cargo de ajudante de banheiro, por
achá-lo velho demais para a antiga função. (Direção:
F. W. Murnau)
Fausto - 1926
Dividido em
duas partes, o filme recria o pacto de Fausto com Mefistófoles (do clássico
literário homônimo) e, no segundo momento, o drama de Goethe, a tragédia de
Gretchen. Situando a ação no final da Idade Média, Murnau concebe uma atmosfera
mística a partir dos contrastes de iluminação, que remetem à pintura de
Rembrandt. Todo cheio de sombras,
cenários retorcidos, atuações acentuadas e pessimismo, o filme mostra a força
visual do cinema alemão. (Direção: F. W.
Murnau)
Metrópolis - 1927
O mais
impressionante e perturbador momento do expressionismo alemão, quando este
alcançou o seu auge. Cenários grandiosos e uma história visionária: em 2026, a
população está dividida em duas classes: a elite dominante e a classe operária,
que vive num mundo subterrâneo, escravizadas pelas monstruosas máquinas que
fazem funcionar a todo vapor a cidade. Uma revolução operária é planejada, mas
sempre impedida pela líder Maria. O chefe da cidade pede a um cientista maligno
que construa um robô à imagem e semelhança dela, para que possa incitar os
trabalhadores à revolta. Tornou-se referência obrigatória aos filmes
posteriores sobre ficção científica que utilizaram o tema da história sendo
situada num futuro indeterminado. Neste, é um futuro negro, onde os pobres são
explorados ao máximo para o benefício dos ricos. Embora Adolf Hitler tenha
gostado do filme e tenha convidado Fritz Lang para dirigir seus filmes sobre o
socialismo alemão, na verdade, “Metrópolis” é uma crítica sobre a sociedade e a
política da Alemanha da época. (Direção: Fritz Lang)
Os Espiões - 1928
Um dos
maiores clássicos do expressionismo alemão. Líder de organização de espionagem
que pratica roubo de documentos, chantagem e assassinatos enfrenta a oposição
de um concorrente, que quer acabar com seu reino de crimes. (Direção: Fritz Lang)
M, O Vampiro de Dusseldorf - 1931
Primeiro
filme falado de Lang e, para muitos, sua obra máxima. No final da década de
1920, um assassino de crianças aterroriza uma cidade alemã. A polícia sai à
procura do criminoso, deixando as ruas repletas de tiras, impedindo atividades
do submundo do crime. A bandidagem organiza-se e captura o assustado assassino,
levando-o para um julgamento onde decidirão se o entrega a justiça ou o condena
à morte.
(Direção: Fritz Lang)
Fontes: Sites Cinema Clássico, Cinematógrafo
e Viagem Em Cores
O diretor ao lado de Johnny Depp; parceria já dura mais de 20 anos
Tim Burton gosta de mostrar excentricidade não só em seus trabalhos, mas também em suas declações. Durante a estreia inglesa de seu mais recente longa-metragem, Sombras da Noite, realizada na quarta-feira (9), o diretor garantiu ao Bang ShowBiz que vale a pena pagar um ingresso para ir ao cinema assistir ao seu filme.
"É mais barato que ir ao West End Theatre, mais barato que muitos eventos esportivos, mais barato que drogas, mais barato que álcool", disse.
Em Sombras da Noite, o astro Johnny Depp interpreta o protagonista Barnabas Collins, vampiro que volta à sua antiga casa depois de ficar 200 anos afastado. Ao comentar sobre a parceria - e amizade - de mais de 20 anos entre ele e o ator, Burton mostrou um pouco mais do seu senso de humor. "O que nós fazemos fora das filmagens? Juntos? Sozinhos? Ah, isso é muito pessoal, não posso dizer...".
O expressionismo no cinema
surgiu na década de 1920 e influenciou outros países e suas produções
culturais. Esse movimento caracterizou-se por seus cenários e
personagens que usavam trajes e maquiagens que lembravam um estilo
gótico. Efeitos de sombra e luz nas imagens, eram facilmente percebidas
nos filmes, assim como a presença de seres sobrenaturais.
O gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, foi feito em 1920 e seria
um dos principais com produção baseada no expressionismo. No filme, os
cenários são bizarros
e seu enredo tem tom de pesadelo, características típicas de filmes
deste estilo, que também estava vinculado a outros campos da cultura,
como a pintura, a literatura e o teatro.
Nosferatu, uma sinfonia de horrores, do ano de 1922, também é um filme da mesma fase. Friedrich Wilhelm Murnau se baseou na história do Conde Drácula, porém os nomes de personagens e lugares tiveram que ser alterados porque os heredeiros do autor não autorizaram Friedrich fazer o filme.
"Vincent" é um
curta-metragem elaborado em stop-motion, escrito e realizado pelo prestigiado
Tim Burton ("Frankenweenie"). O curta foi lançado originalmente em
1982, ao lado do longa-metragem "Tex" e esteve em exibição em sala ao
longo de duas semanas, e posteriormente foi exibido em vários Festivais e Mostras
de Cinema ao redor do mundo, tendo conquistado o público e a crítica. Entre as
várias distinções que o curta-recebeu encontra-se o Prémio do Júri no
prestigiado Annecy Film Festival em França.
"Vincent"
marcou o primeiro trabalho de Tim Burton nos estúdios da Walt Disney Pictures,
após ter despertado a atenção dos responsáveis do estúdio. O curta foi um projeto
muito pessoal de Burton, que há primeira vista não encaixava nos canons da
Disney, ao apresentar uma história algo negra, sobre um jovem fã de Vincent
Price e Edgar Allan Poe, ou seja, um jovem muito semelhante à Tim Burton. Não
deixa de ser curioso que Burton tenha iniciado a sua carreira num estúdio
muitas das vezes associado a algum conservadorismo nas suas temáticas, algo que
não parece ter pesado na escolha do então inexperiente realizador, que mais
tarde veio a tornar-se num realizador de grande sucesso em nível do público e
da crítica. Posteriormente, Burton realizou no estúdio a curta
"Frankeweenie" que custou-lhe o despedimento por ser considerado
demasiado negra e assustadora para o público infantil.
O enredo de
"Vincent" é inspirado num poema da autoria de Tim Burton e acompanha
Vincent Malloy, um jovem adolescente que pretende ser um ator como Vincent
Price (o narrador do curta e um dos ídolos de Burton) e que é obscecado pelos
contos de Edgar Allan Poe. Vincent é um rapaz sonhador que se deixa absorver
pela sua imaginação e pelos sonhos mais negros e pelos textos de Poe. Entre o
sonho e a realidade, Vincent emerge num mundo deliciosamente sombrio e criativo
que não deixará ninguém indiferente.
"Vincent"
arrebata-nos para o interior dos sonhos (ou serão pesadelos?) de Vincent, um
jovem deslocado da sociedade, que evade-se da realidade através dos filmes de
Vincent Price e dos textos de Edgar Allan Poe. Este é marcadamente um
personagem de Tim Burton, um indivíduo que tal como Eduardo Mãos de Tesoura, Ed
Wood, Willy Wonka, entre muitos outros, não parece encaixar-se na sociedade do
seu tempo. Mais do que um personagem de Tim Burton, Vincent acaba por ser o
reflexo do seu criador. Ambas são figuras meio deslocadas, admiradoras do
oculto, dos filmes e da literatura de terror, que procuram expressar os seus
sentimentos e dos seus sonhos através do processo criativo, seja este processo
a arte de representar (no caso de Vincent) ou a arte de realizar filmes (no
caso de Burton).
O curta-metragem
aparece ainda recheado de elementos típicos dos filmes de terror de série B,
daqueles pelos quais Vincent Price ficou conhecido (e que Burton tanto admira),
ao mesmo tempo que procura emular os cenários e o jogo de luz e sombra das obras
cinematográficas do chamado expressionismo alemão ou caligarismo.
A inspiração do expressionismo alemão aparece também no universo distorcido
criado por Burton, eivado de elementos transcendentes e horripilantes que
simbolizam as dificuldades de Vincent no mundo real. A juntar a todos estes
elementos, Burton conta ainda com a narração da lenda do cinema de terror,
Vincent Price que empresta a sua voz (e o nome) a Vincent.
"Vincent"
apresenta a genialidade e criatividade de Tim Burton na sua essência, ao mesmo
tempo que homenageia os heróis da sua juventude. Embora seja um dos trabalhos
iniciais de Tim Burton, "Vincent" apresenta vários traços
transversais às obras cinematográficas de Burton, entre os quais, o
protagonista deslocado da sociedade, o humor negro, os cenários distorcidos, um
estilo algo gótico que surpreende e arrebata o espectador ao mesmo tempo que
emerge-o no universo aterrorizador dos sonhos de Vincent.
Desde a estreia de
"Vincent", Tim Burton colecionou vários êxitos e poucos fracassos,
angariou fãs e tornou-se num realizador popular. Vincent Price e Edgar Allan
Poe faziam sonhar Vincent, o protagonista do curta-metragem homónima.
Curiosamente, ou talvez não, estas duas figuras também faziam sonhar Tim
Burton, que vinte anos depois de ter realizado a curta apresentada nesta
rubrica, continua a encantar o público com os seus trabalhos cinematográficos,
muito marcados por um estilo muito próprio que conheceu a sua génese nesta
curta.
Entre os filmes exibidos estava “A Fábrica” (PR), de Aly Muritiba. Com várias cadeiras vazias, muita gente deixou de conhecer bons trabalhos.
A penúltima noite do Cine PE Festival do Audiovisual, nesta terça-feira (1°), contou com três produções pernambucanas nas mostras competitivas, sendo um curta e dois longas-metragens. No entanto, várias cadeiras do Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, ficaram vazias e muita gente deixou de conhecer bons trabalhos conterrâneos.
A animação stop-motion “Dia Estrelado” (PE), com roteiro e direção de Nara Normande, abriu a programação dos curtas. O ambiente inóspito do Sertão e seus personagens lutando pela sobrevivência foram retratados com a mais pura técnica da massa de modelar. “Foram quatro anos de produção intensa para fazer o filme”, contou Nara. A película ganhou a menção honrosa de melhor curta brasileiro no Janela Internacional de Cinema do Recife, em 2011. Depois foi exibido “A Fábrica” (PR), de Aly Muritiba, que brincou com o fato de a plateia do festival não estar cheia como de costume. “A gente diz que o Cine PE é como se fosse o Maracanã, mas pena que hoje ele não esteja lotado”, disparou. A ficção mostra um prisioneiro que convence a mãe a arriscar a própria segurança para entrar com um celular dentro do presídio, pois ele precisa ligar para a filha que está fazendo aniversário. Pelo menos algum expectador deve ter repensado seus preconceitos. No Festival de Cinema de Triunfo (PE), ano passado, ganhou na categoria melhor curta-metragem para reflexão. O divertido “Sonhando Passarinhos” (DF), de Bruna Carolli, fechou a sessão de curtas, mostrando uma menina que sonha em ter passarinhos iguais ao de uma vizinha. Na verdade, o que ela via eram pregadores de roupas, mas isso a torna mesmo feliz. Antes da Mostra Competitiva de Longas, o ator recifense Aramis Trindade comentou a boa fase do cinema no estado. “Sempre fomos pioneiros, apesar dos intervalos produtivos. Hoje, vejo que essa galera está criando em um ritmo veloz, acompanhando a dimensão subjetiva na qual eles vivem. E é sempre muito bom trabalhar com amigos, gente que nós admiramos artística e afetivamente”, falou. O artista ainda lembrou que começou a fazer cinema em 1986. Onze anos depois, atuou em “Baile Perfumado”, filme dos nordestinos Paulo Caldas e Lírio Ferreira, quando ficou conhecido em todo o Brasil. Aramis participa de cinco filmes com estreias em 2012, sendo um deles do pernambucano Breno Silveira, “Gonzaga de pai pra filho”. Longas O intervalo terminou com o início de “Na Quadrada das Águas Perdidas” (PE), de Wagner Miranda e Marcos Carvalho. A ficção acompanha o desafio de um catingueiro em adaptar-se à Caatinga para sobreviver, alternando momentos de luta e harmonia. Já foi exibido no Cine Ceará, ano passado, assim como no Festival de Triunfo, onde levou melhor fotografia, trilha e longa nacional. Sem diálogo algum, o longa-metragem explora a riqueza visual do bioma e a trilha sonora, composta por músicas instrumentais de Geraldo Azevedo, do cantor e compositor Elomar e do grupo Matingueiros, do qual Wagner faz parte. Ele é músico e esta foi sua primeira experiência com cinema. O título do filme é emprestado de uma música de Elomar, gravada em um álbum lançado no ano de 1979. “O filme é inspirado no universo cantado por Elomar”, disse Wagner. O diretor também falou que fez questão do filme ser 100% pernambucano, desde os câmeras ao tratamento final. A locação foi em Petrolina, no Sertão do estado. No entanto, o protagonista é o ator paulista Matheus Nachtergaele. “Infelizmente, a gente sabe que ainda é preciso pegar gente de fora para dar um destaque maior ao filme”, explicou. Fechando a sessão, “Estradeiros” (PE), de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, que ganhou na categoria melhor filme na Semana dos Realizadores de 2011, no Rio de Janeiro. O documentário retrata a vida dos nômades modernos, gente que cai na estrada e opta por um estilo alternativo de vida. O road movie acompanha personagens que vivem foram dos padrões convencionais em cidades do Brasil e América Latina.