quarta-feira, 2 de maio de 2012

Festival tem pequena plateia em noite de cinema pernambucano


Entre os filmes exibidos estava “A Fábrica” (PR), de Aly Muritiba. Com várias cadeiras vazias, muita gente deixou de conhecer bons trabalhos.

A penúltima noite do Cine PE Festival do Audiovisual, nesta terça-feira (1°), contou com três produções pernambucanas nas mostras competitivas, sendo um curta e dois longas-metragens. No entanto, várias cadeiras do Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, ficaram vazias e muita gente deixou de conhecer bons trabalhos conterrâneos.
A animação stop-motion “Dia Estrelado” (PE), com roteiro e direção de Nara Normande, abriu a programação dos curtas. O ambiente inóspito do Sertão e seus personagens lutando pela sobrevivência foram retratados com a mais pura técnica da massa de modelar. “Foram quatro anos de produção intensa para fazer o filme”, contou Nara. A película ganhou a menção honrosa de melhor curta brasileiro no Janela Internacional de Cinema do Recife, em 2011.
Depois foi exibido “A Fábrica” (PR), de Aly Muritiba, que brincou com o fato de a plateia do festival não estar cheia como de costume. “A gente diz que o Cine PE é como se fosse o Maracanã, mas pena que hoje ele não esteja lotado”, disparou. A ficção mostra um prisioneiro que convence a mãe a arriscar a própria segurança para entrar com um celular dentro do presídio, pois ele precisa ligar para a filha que está fazendo aniversário. Pelo menos algum expectador deve ter repensado seus preconceitos. No Festival de Cinema de Triunfo (PE), ano passado, ganhou na categoria melhor curta-metragem para reflexão.
O divertido “Sonhando Passarinhos” (DF), de Bruna Carolli, fechou a sessão de curtas, mostrando uma menina que sonha em ter passarinhos iguais ao de uma vizinha. Na verdade, o que ela via eram pregadores de roupas, mas isso a torna mesmo feliz.
Antes da Mostra Competitiva de Longas, o ator recifense Aramis Trindade comentou a boa fase do cinema no estado. “Sempre fomos pioneiros, apesar dos intervalos produtivos. Hoje, vejo que essa galera está criando em um ritmo veloz, acompanhando a dimensão subjetiva na qual eles vivem. E é sempre muito bom trabalhar com amigos, gente que nós admiramos artística e afetivamente”, falou.
O artista ainda lembrou que começou a fazer cinema em 1986. Onze anos depois, atuou em “Baile Perfumado”, filme dos nordestinos Paulo Caldas e Lírio Ferreira, quando ficou conhecido em todo o Brasil. Aramis participa de cinco filmes com estreias em 2012, sendo um deles do pernambucano Breno Silveira, “Gonzaga de pai pra filho”.
Longas
O intervalo terminou com o início de “Na Quadrada das Águas Perdidas” (PE), de Wagner Miranda e Marcos Carvalho. A ficção acompanha o desafio de um catingueiro em adaptar-se à Caatinga para sobreviver, alternando momentos de luta e harmonia. Já foi exibido no Cine Ceará, ano passado, assim como no Festival de Triunfo, onde levou melhor fotografia, trilha e longa nacional.

Sem diálogo algum, o longa-metragem explora a riqueza visual do bioma e a trilha sonora, composta por músicas instrumentais de Geraldo Azevedo, do cantor e compositor Elomar e do grupo Matingueiros, do qual Wagner faz parte. Ele é músico e esta foi sua primeira experiência com cinema.
O título do filme é emprestado de uma música de Elomar, gravada em um álbum lançado no ano de 1979. “O filme é inspirado no universo cantado por Elomar”, disse Wagner. O diretor também falou que fez questão do filme ser 100% pernambucano, desde os câmeras ao tratamento final. A locação foi em Petrolina, no Sertão do estado. No entanto, o protagonista é o ator paulista Matheus Nachtergaele. “Infelizmente, a gente sabe que ainda é preciso pegar gente de fora para dar um destaque maior ao filme”, explicou.
Fechando a sessão, “Estradeiros” (PE), de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, que ganhou na categoria melhor filme na Semana dos Realizadores de 2011, no Rio de Janeiro. O documentário retrata a vida dos nômades modernos, gente que cai na estrada e opta por um estilo alternativo de vida. O road movie acompanha personagens que vivem foram dos padrões convencionais em cidades do Brasil e América Latina.

Fonte: http://www.faxaju.com.br/

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