quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cinema: A arte mais lembrada do expressionismo alemão


O cinema é a arte mais lembrada do expressionismo alemão, e para apresentar os filmes deste movimento, a equipe Imaginário Produções escolheu um trecho do escritor Kasimir Edschmid, pseudônimo de Eduard Schmid, intitulado Expressionismo na Poesia:

"Assim o universo total do artista expressionista torna-se visão. Ele não vê, mas percebe. Ele não descreve, acumula vivências. Ele não reproduz, ele estrutura. Ele não colhe, ele procura. Agora não existe mais a cadeia de fatos: fábricas, casas, doenças, prostitutas, gritaria e fome. Agora existe a visão disso. Os fatos tem significado somente até o ponto em que a mão do artista o atravessa para agarrar o que se encontra além deles. Esse tipo de expressão não é alemão nem francês. Ele é supre nacional. Ele não é somente assunto da arte. É exigência do espírito. Não é um programa de estilo. É uma exigência da alma. Uma coisa da humanidade."
(Edschmid, Kasimir. Expressionismo na Poesia, Assis Brasil. Vocabulário Técnico de Literatura. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s.d.)


O auge do expressionismo alemão aconteceu na década de 1920, e caracterizou-se pela distorção de cenários e personagens, através da maquiagem, dos recursos de fotografia e de outros mecanismos, com o objetivo de expressar a maneira como os realizadores viam o mundo. Assim surgiu nova forma de cinema, com temas sombrios, suspense policial e mistério em um ambiente urbano, personagens bizarros e assustadores, uma distorção da imagem devido a uma excessiva dramaticidade tanto na atuação quanto na maquiagem e cenografia fantástica de recriação do imaginário humano.

Filmes:

O Gabinete do Dr. Caligari - 1919
A gênese do estilo expressionista no cinema.  Clássico do horror e um dos melhores já feitos de todos os tempos. Num pequeno vilarejo da fronteira holandesa, um misterioso hipnotizador, Dr.Caligari, chega acompanhado do sonâmbulo Cesare, que, supostamente estaria adormecido por 23 anos. À noite, Cesare perambula pela cidade, concretizando as previsões funestas do seu mestre.
(Direção: Robert Wiene)

O Golem - 1920
O Golem, mito de uma lenda judaica, é um ser de barro que ganha vida quando um mago usa a mágica de um antigo livro da Cabala.  À  princípio, a criatura apenas obedece seu mestre, mas, à medida em que o tempo passa, ele passa a ter consciência da própria existência, e decide tomar os rumos de suas ações. O monstro de barro, interpretado pelo próprio diretor Paul Wegener, foi criado para proteger os judeus dos ataques antissemitas. Paul Wegener já tinha levado duas vezes o mito do Golem para o cinema. Esta terceira versão é sem dúvida a mais bela, brilhantemente iluminada e fotografada pelo célebre fotógrafo do expressionismo alemão Karl Freund. Este filme influenciou vários filmes de Hollywood, especialmente Frankestein.(Direção: Paul Wegener )

A Morte Cansada - 1921
Num vilarejo europeu do século XIX, a Morte leva um jovem justo quando este estava prestes a se casar. Sua noiva, aos prantos, suplica que devolva a vida do seu amor. A Morte decide dar uma chance à jovem desesperada, prometendo devolver a vida do noivo se ela conseguir evitar a morte de uma das três vidas prestes a perecer. (Direção: Fritz Lang) 



Nosferatu - 1922
Baseado na obra Drácula, de Bram Stoker, o filme conta a história de um corretor da cidade de Bremen que deixa a sua noiva para ir à costa do Mar Báltico, fazer a venda de um castelo cujo proprietário é o Conde Orlock, que durante o dia dorme em um caixão e à noite desperta para se alimentar de sangue humano. Destaque para o universo gótico e silencioso, cujo preto-e-branco revela um jogo de sombras impressionante, criando uma ambientação de desespero e claustrofobia. (Direção: F. W. Murnau)

Dr. Mabuse  - 1922
O bandido manipulador Dr. Mabuse é um poderoso anarquista, que usa a influência de sua sugestão para roubar milionários e dominar a Bolsa de Valores. O procurador Wrenck sai à sua captura, mas sempre o Dr. Mabuse escapa usando suas habilidades em disfarces e de seus poderes de hipnose. (Direção: Fritz Lang)

A Última Gargalhada - 1924
Um porteiro extremamente orgulhoso de sua posição profissional sofre um baque em sua autoestima quando o novo gerente do hotel o rebaixa ao cargo de ajudante de banheiro, por achá-lo velho demais para a antiga função.
(Direção: F. W. Murnau)

Fausto - 1926
Dividido em duas partes, o filme recria o pacto de Fausto com Mefistófoles (do clássico literário homônimo) e, no segundo momento, o drama de Goethe, a tragédia de Gretchen. Situando a ação no final da Idade Média, Murnau concebe uma atmosfera mística a partir dos contrastes de iluminação, que remetem à pintura de Rembrandt.  Todo cheio de sombras, cenários retorcidos, atuações acentuadas e pessimismo, o filme mostra a força visual do cinema alemão.
(Direção: F. W. Murnau)

Metrópolis - 1927
O mais impressionante e perturbador momento do expressionismo alemão, quando este alcançou o seu auge. Cenários grandiosos e uma história visionária: em 2026, a população está dividida em duas classes: a elite dominante e a classe operária, que vive num mundo subterrâneo, escravizadas pelas monstruosas máquinas que fazem funcionar a todo vapor a cidade. Uma revolução operária é planejada, mas sempre impedida pela líder Maria. O chefe da cidade pede a um cientista maligno que construa um robô à imagem e semelhança dela, para que possa incitar os trabalhadores à revolta. Tornou-se referência obrigatória aos filmes posteriores sobre ficção científica que utilizaram o tema da história sendo situada num futuro indeterminado. Neste, é um futuro negro, onde os pobres são explorados ao máximo para o benefício dos ricos. Embora Adolf Hitler tenha gostado do filme e tenha convidado Fritz Lang para dirigir seus filmes sobre o socialismo alemão, na verdade, “Metrópolis” é uma crítica sobre a sociedade e a política da Alemanha da época.
(Direção: Fritz Lang)


Os Espiões - 1928
Um dos maiores clássicos do expressionismo alemão. Líder de organização de espionagem que pratica roubo de documentos, chantagem e assassinatos enfrenta a oposição de um concorrente, que quer acabar com seu reino de crimes.
(Direção: Fritz Lang)







M, O Vampiro de Dusseldorf - 1931
Primeiro filme falado de Lang e, para muitos, sua obra máxima. No final da década de 1920, um assassino de crianças aterroriza uma cidade alemã. A polícia sai à procura do criminoso, deixando as ruas repletas de tiras, impedindo atividades do submundo do crime. A bandidagem organiza-se e captura o assustado assassino, levando-o para um julgamento onde decidirão se o entrega a justiça ou o condena à morte.
(Direção: Fritz Lang)

Fontes: Sites Cinema Clássico, Cinematógrafo e Viagem Em Cores




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