Cineastas alemães buscaram através da arte, expressar um sentimento contra cultural na época do surgimento movimento expressionista. Com o objetivo de quebrar o racionalismo moderno que influenciavam o modelo mecânico, Fritz Lang, Federico Fellini e Oskar Fisching foram alguns dos autores que elaboraram filmes que faziam uma crítica ao contexto social em que viviam. Mesmo com regimes que não permitiam a liberdade de imprensa, o cinema foi a forma que escolheram para levar informação contraria ao sistema.
Com espírito
aventureiro, Fritz Lang nasceu em 1890 e viajou por várias partes do mundo, o
que o fez adquirir o gosto por ambientes exóticos. Presente na Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), onde perdeu um olho, Fritz começou a escrever roteiros com
tramas tão intensas, que foi convidado a realizar filmes. Para a glória da
história da arte, Lang estreou como diretor em 1919 e, durante o período Nazista,
escreveu roteiros que faziam aquilo que o jornalismo não tinha permissão para
fazer: criticar o regime nazista.
Autor de um dos
filmes mais impressionantes e perturbadores do Expressionismo Alemão, em 1927
Fritz dirigiu “Metrópolis”. O longa possui uma história visionária, contando
que, em 2026, a população está dividida entra a elite dominante e a classe
operária, a qual vive num mundo subterrâneo, escravizados por máquinas que
fazem a cidade funcionar a todo vapor. Com certa inocência, Adolf Hitler, líder
do movimento nazista, gostou do filme a ponto de convidar Fritz Lang para
dirigir seus filmes sobre o socialismo alemão. Porém, mal sabia ele que, na
verdade, “Metrópolis” é uma crítica sobre a sociedade e a política da Alemanha
da época.
Ainda seguindo a
linha de crítica indireta ao regime nazista, em 1933 Lang dirigiu “O Testamento
do Dr. Mabuse”. O filme conta a história de Lohmann, comissário que recebe uma
chamada telefônica de Hoffmeister, um antigo membro do departamento de polícia,
o qual deseja denunciar uma falsificação que descobriu. Porém, antes de
conseguir revelar o que sabe, Hoffmeister sofre um atentado e enlouquece, perdendo
as condições de fazer com que a sua palavra tenha algum valor. Como aconteceu em
“Metrópolis”, os nazistas acreditaram que “O Testamento do Dr. Mabuse” fazia
uma espécie de defesa ao regime, mas outra vez se tratava de uma espécie
de crítica a ele.
Tratando-se também de personagens
ligados ao jornalismo, podemos citar uma obra lançada em 1960 e dirigida por
Federico Fellini, um dos mais incríveis diretores do cinema italiano. “A Doce
Vida” é um dos mais expressivos retratos
cinematográficos da Itália do pós-guerra e conta a história de um
jornalista de origem humilde que se destaca quando começa a cobrir notícias do
falso frívolo mundo da alta sociedade romana do pós-guerra.
Além de retratar sua paixão pelas
ruelas italianas, Fellini realizou uma crônica
social da época, retratando o tempo da velocidade, da influência
norte-americana nos costumes sociais, das festas, dos carros e das mulheres
formidáveis.
O filme de Federico propõe
reflexões quanto a função social do jornalismo e ao império midiático das
celebridades. Com um fim pessimista, a intenção do diretor era retratar bem o ambiente
marcado pela superficialidade e por pessoas que se deixam levar pela
espetacularização da vida.
Com uma vertente
diferente, que possui apenas influências expressionistas, é possível encontrar
Oskar Fisching, cineasta e pintor que nasceu na Alemanha em 1900. No verão de 1927, Fisching deixou
Munique, levando uma câmera e filmes rumo a Berlin. Durante três semanas e
meia, em uma aventura que resolveu viver, o cineasta passou por estradas
secundárias, registrando imagens e pessoas dos locais por onde passou. Essas imagens
deram origem a um documentário chamado a “Caminhada de Munique a Berlin” em um
único quadro de exposições. Em três minutos o cineasta propôs mostrar o modo
acelerado da vida moderna, o modo de exibição antecipou o modelo de velocidade
break-neck.
Em 2003, o cineasta irlandês Donal
O’Ceilleachair, decidiu fazer uma adaptação contemporânea da produção de
Fisching. Durante seu caminho em trens da Europa com uma câmara Super 8, Donal obteve
3.240 imagens de quadros individuais em 14 dias. A experiência em homenagem ao
documentário “Caminhada de Munique a Berlin” formou o registro de cerca de 4
minutos com o nome “Com o vento e nuvem branca”.
As duas produções possuem uma
característica expressionista: filmaram um registro urbano e, com a velocidade
das imagens, expressaram o movimento da vida contemporânea.
Apesar de o jornalismo em sim, não ter
a objetividade de emocionar, os documentários em questão possuem um conteúdo
jornalístico de forma expressionista. As obras fazem um retrato da vida real,
mostrando a rapidez de do nosso cotidiano e da veracidade como as coisas
acontecem, transportando isto para o cinema. Acesse o link para conferir a obra: http://vimeo.com/21743914
ok
ResponderExcluirobs:
- " roteiros com tramas tão intensas, que foi convidado a realizar filmes..." - ??
- a associação a jornalismo é um tanto questionável. podemos falar pessoalmente.
- não entendi a referencia ao doce vida, de fellini...